O CACo é a entidade representativa dos estudantes de Ciência da Computação da Unicamp. Nosso compromisso vai muito além da simples representação institucional: acreditamos na organização coletiva e na construção de espaços democráticos e inclusivos como forma de resistir às opressões impostas pelo sistema em que vivemos.

Em um mundo que constantemente valoriza a individualidade e a competição, reafirmamos a esperança na coletividade e na solidariedade como ferramentas fundamentais para transformar a realidade. Atuamos diariamente em defesa dos direitos dos estudantes e da classe trabalhadora, sempre com um horizonte político que busca a superação das desigualdades estruturais que nos afetam.

Enquanto Centro Acadêmico, nossa missão inclui garantir que a voz dos estudantes seja ouvida nas instâncias decisórias da universidade, organizar eventos que promovem integração, formação política e cultural, além de prestar assistência direta a quem precisa. Seja por meio de debates, rodas de conversa, cineclubes, ou ações de acolhimento e mobilização, buscamos construir uma comunidade ativa, consciente e engajada.

Nosso espaço é para todes, especialmente para aqueles mais afetades pelas opressões estruturais. Acreditamos que a luta estudantil só se fortalece com a criação de laços de apoio mútuo e participação ativa. Convidamos você a conhecer o CACo e a fazer parte desse movimento, onde a esperança de um futuro mais justo é construída coletivamente, todos os dias.
 

Sobre as Formas de Organização do CACo

 

Sumário

 

 

Introdução

Este texto foi escrito para descrever as formas de organização utilizadas pelo CACo. Mas antes disso, é importante deixar que não existe uma fórmula certa para uma organização política de sucesso ou algo do tipo. As formas de organização são apenas diferentes maneiras de estruturar uma organização, elas são descobertas através da experiência política e também possuem história, isto é, se transformam. Então, não entenda o que vai ler a seguir como algo escrito em pedra, formas de organização podem se tornar obsoletas.
Como, por exemplo, o nosso próprio estatuto que data de 2011 e hoje (este texto esta sendo escrito em março de 2024) não se adequa mais a nossa realidade e não representa exatamente como nos organizamos na prática. 

Dito isso, algumas das formas de organização que vamos descrever agora são fundamentadas no estatuto, outras foram adotadas ou mesmo desenvolvidas pelos membros do CA para suprir nossas necessidades de organização e podem ou não ser institucionalizadas no futuro.

 

Centro Acadêmico

O próprio Centro Acadêmico é uma forma de organização em si e em alguns lugares é chamado de Diretório Acadêmico ou mesmo Sindicato Estudantil. Este último nome talvez seja o mais apropriado, porque deixa claro o papel da organização: os CAs são associações estudantis formadas para representar determinada categoria estudantil e defender os seus interesses políticos perante as instituições, muito semelhantes a sindicatos trabalhistas. Infelizmente não temos acúmulo para trazer aqui a história de como legitimidade jurídica dos centros acadêmicos foi conquistada, mas um estudo sobre isso pode começar pelo artigo Centro Acadêmico da wikipédia. No nosso caso, a primeira gestão do CACo de que temos notícia foi formada em 1996, como você pode ver no documento História do CACo escrito em 2013 e que claramente precisa ser melhorado, e nós representamos es alunes dos cursos de Ciência da Computação e Engenharia da Computação e da Pós-Graduação do Instituto de Computação da Unicamp no campus de Barão Geraldo. Atualmente na Unicamp é mais comum que es alunes de pós-graduação de cada instituto sejam representados pelas suas respectivas Associações de Pós-Graduação, mas não há uma organização dessas no IC e a representação des estudantes da pós desse instituto pelo CACo está respaldada no artigo segundo do estatuto. Além da representação perante o IC e a FEEC o CACo. Outro papel importante que o CACo assume na unicamp é de representar a comunidade da computação perante o Diretório Central dos Estudantes (DCE) durante os Conselhos de Representantes de Unidade (CRU), reuniões em que participam e votam os CAs de toda a unicamp e são presididas pelo DCE. Assim, fica claro que não somos uma forma de organização isolada, fazemos parte de todo um movomento estudantil organizado que inclui uniões estaduais de estudates como a UEESP e a União Nacional dos Estudates (UNE). 

 

Gestão

A Gestão do Centro Acadêmico ou, conforme chamada no estatuto, a Coordenadoria Geral do Centro Acadêmico é um grupo de membros eleitos anualmente e destacados para cumprir funções executivas, isso é coordenar as nossas atividades e administrar a entidade de modo geral. Existe uma série de competências previstas no estatuto para a gestão, no entanto, algumas delas deixaram de ser praticadas a alguns anos e novas responsabilidades surgiram com o tempo. O estatuto também prevê 4 cargos obrigatórios, sendo eles:

 

  • Coordenador Presidente 
  • Coordenador Administrativo
  • Coordenador Financeiro 
  • Coordenador de Ensino e Graduação
     

Porém, o estatuto também dá liberdade para que chapas que concorrem a eleição criem novos cargos conforme achar necessário. A gestão em posse durante a escrita desse texto, a gestão (Int)egra ++, possui 3 coordenadorias adicionais que achamos de considerável relevância para as atividades do CA, sendo elas:

 

  • Coordenador de Comunicação 
  • Coordenador de Cultura 
  • Coordenador de Tecnologia
     

Nos últimos anos, principalmente a partir de 2019, o entendimento do que é a gestão do CA e de como ela deve se portar mudou várias vezes e essa forma de organização ainda tenta se adequar ano após ano às novas condições das nossas atividades. A história desse processo e a função específica dos cargos poderão ser descritas em outros textos, por enquanto vamos nos contentar com essa descrição geral e caso queira saber mais você pode consultar a Seção 2 do estatuto ou consultar os atuais membros da gestão.  

 

Reunião Ordinária

A Reunião Ordinária ou, conforme é chamada no estatuto, Reunião da Coordenadoria Geral do Centro Acadêmico, ou seja, Reunião da Gestão é a principal forma de organização do CA. É nelas que a maioria das decisões são tomadas e que as questões centrais são discutidas de forma recorrente. 

 

Elas ocorrem semanalmente e são abertas a todes que o CACo representa, estes podem inclusive solicitar que pautas sejam adicionadas a reunião. A metodologia das reuniões tende a se transformar bastante com o tempo, em seguida descrevemos um pouco do que é praticado atualmente. 

 

Tradicionalmente as reuniões são divididas em pelo menos duas etapas: 

 

  1. Informes - Quando os participantes da reunião compartilham com seus pares através de uma fala breve notícias, divulgações ou qualquer informação relevante para a corrente atividade do CA. A ideia é que os informes sejam rápidos, não é um momento para se tomar decisões, apenas um lembrete para caso o assunto tenha que ser discutido depois com mais profundidade. Isso acontece com alguma frequência e nesses casos o informe em questão é levado para o expediente.
     
  2. Expediente - Este é o momento reservado para discussão das pautas da reunião, idealmente há uma fala de abertura para cada ponto do expediente (outra forma de se referir as pautas) e depois é aberto espaço para discussão, na qual podem ser feitas propostas de encaminhamentos que podem ser aceitas ou não por consenso e votação caso necessário. 

 

Atualmente no início da reunião, antes dos informes, estamos fazendo uma verificação dos status dos encaminhamentos das últimas reuniões e quando temos tempo aproveitamos o fim da reunião para discutir melhor e organizar as propostas de encaminhamentos realizadas no decorrer dela. 

 

Além disso, alguns membros são destacados durante a reunião para desempenhar funções específicas: 

 

  • Condução: Idealmente exercida pelo Coordenador Presidente ou pelo Coordenador Administrativo, a função é basicamente zelar pela qualidade da reunião, desde da organização das pautas que serão discutidas até intervenções durante seu andamento. O Condutor da reunião passa a palavra para quem for fazer falas, direciona a discussão caso ela se perca e também deve exercer certo controle sobre o tempo dedicado a cada pauta, para que a reunião seja produtiva e não se estenda demais.
     
  • Contagem de Tempo e Controle de Falas: Como geralmente o nosso tempo para as reuniões é limitado, uma boa prática é sempre ter um limite de tempo para cada fala e controlar as falas através de uma fila inscrições. Mesmo que quem estiver conduzindo e participando da reunião tenham certa liberdade para aplicar ou não esse método que alguns casos pode engessar desnecessariamente a discussão, ele ajuda a garantir um ambiente democrático e impedir que alguns indivíduos acabem monopolizando as falas da reunião. Idealmente, um membro seria destacado para contar o tempo e outro para controlar a fila de inscrições, mas na pratica é comum que essas funções sejam acumuladas em uma mesma pessoa.
     
  • Redação de Ata: As reuniões, não só as ordinárias, devem sempre ser registradas em atas disponíveis para consulta pública (atualmente as atas estão armazenadas em Atas) e um membro é destacado para redigi-la. Assim como a metodologia das reuniões, o modelo da ata também sofrer alterações, por isso se for preparar uma ata para ser redigida tenha como exemplos as atas mais recentes.
     
  • Auxiliar de Pauta: É comum que muitos encaminhamentos sejam tirados durante as reuniões e administrá-los para que sejam executados é um desafio considerável. Por isso um membro é destacado para dar apoio ao Coordenador Presidente e ao Coordenador Administrativo nessa função. Esse método foi desenvolvido recentemente e está descrito com mais detalhes em Auxiliar de Pauta. Caso você queira entender melhor as atividades do CA como um todo essa é uma tarefa bastante útil.
     

É importante ressaltar mais uma vez a relevância dessas reuniões, por mais que não sejam a instância com maior poder decisório como veremos em seguida, a sua recorrência promove a atividade orgânica e efetiva do CACo e se tornou ainda mais relevante em um mundo dominado por mensagens instantâneas como o nosso. É comum cairmos na tentação de querer resolver tudo pelo WhatsApp, mas, na verdade, isso é pouco efetivo e desmobilizador principalmente em organizações políticas. Pode-se avaliar que, de modo geral, quando as Reuniões Ordinárias estão sendo realizadas com qualidade, isso é causa e consequência de um bom funcionamento da totalidade do Centro Acadêmico. 

 

Reunião Estratégica

A Reunião Estratégica ou Reunião de Planejamento Estratégico é uma reunião reservada para elaboração de um plano que centralize as atividades do CA e faça com que entidade funcione de forma coesa e caminhe para uma mesma direção em determinada condição. A metodologia dessas reuniões é geralmente discutida entre a gestão antes de realizá-la, mas desde o começo de 2023 passamos a aplicar metodologias baseadas nos conceitos de Estratégia e Tática, que consistem basicamente em definir objetivos estratégicos e desenvolver táticas para conquistá-los a partir de uma análise de conjuntura.  Um bom exemplo de Reunião Estratégica seguindo essa metodologia foi registrada na seguinte ata . 1. Reunião Estratégica 04/12/2022.

 

Aqui vale colocar uma questão, uma das maiores deficiências do Movimento Estudantil nos dias de hoje é aplicar táticas por pura memória muscular, sem se preocupar se elas se adequam ou não as condições ou se elas servem bem ou mal ao seu fim estratégico. Nunca podemos deixar de pensar no porquê fazemos ou que fazemos e o que deixamos de ganhar ou não com isso. Nossos recursos de tempo e energia sãao escassos na militância e não podemos desperdiçá-los, por isso as Reuniões de Planejamento são importante, para pensarmos onde estamos, onde queremos chegar e quais os possíveis caminhos que podemos tomar.


Grupos de Trabalho

Esse nome é utilizado em muitos espaços e instituições para descrever diferentes metodologias que podem ou não ter alguma coisa em comum. Para o CACo, Grupo de Trabalho (GT) é um grupo de membros destacados para tocar um projeto especifico que demande muito tempo de trabalho e um planejamento próprio. Essa forma de organização é utilizada para que as discussões sobre uma determinada tarefa não afoguem as reuniões ordinárias e estratégicas e também para fomentar a participação de membros da comunidade que se interessem apenas pelo projeto do GT em questão. No entanto os GTs possuem alguns aspectos negativos, eles podem particionar demais as atividades do CA e atrapalhar a nossa atuação como partes de um todo. Por isso é importante se atentar a seguinte metodologia: 

 

  1. A aplicação dos GTs deve estar atrelada o quanto for possível a um planejamento estratégico geral e suas atividades devem se dar um função deste. 
  2. Os Coordenadores do GT devem praticar alguma forma de divulgação das atividades e recrutamento de membros.
  3. Os GTs devem possuir pelo menos um e no máximo dois coordenadores que sejam responsáveis por garantir o andamento e qualidade das atividades.
  4. Os GTs devem realizar pelo menos uma reunião de planejamento, definindo um plano de ação com prazos e objetivos que respeitem as estratégias atuais do CA, e idealmente fazer reuniões com certa recorrência para garantir que o plano esteja sendo seguido. A princípio as reuniões devem ser conduzidas pelo coordenador do GT. 
  5. Os GTs devem realizar informes sobre o andamento das atividades em cada Reunião Ordinária e assim comunicar se precisam de ajuda, se pretendem. 

 

Além disso, encerradas as atividades uma tarefa essencial, não só para os GTs, é a produção de um Repasse sobre as atividades que resuma as decisões tomadas e faça um balanço dos resultados. Você pode ler mais Sobre os Repasses neste documento.

 

Não existe uma regra para a escolha do coordenador do GT e nem para o recrutamento dos membros que participem dele. Faz sentido pensar que cada caso tenha as suas particularidades, mas como identificar essas pessoas e tomar essas decisões é um assunto sobre o qual ainda precisamos de mais acúmulos.
 

Plenária

Uma plenária é uma reunião ampliada com caráter formativo e informativo. Nela o pleno, totalidade dos membros de uma comunidade e no caso a representada pelo CACo, é convidada a se reunir para discutir determinadas pautas. Como as nossas reuniões ordinárias já são abertas a todes que representamos, as plenárias não são convocadas com a ideia de produzir encaminhamentos novos, não que isso não possa ocorrer, mas o propósito principal é geralmente nos aprofundarmos nas discussões com qualidade sem precisarmos nos preocupar e tomar decisões imediatas. A metodologia também é simplificada, é comum que apenas sejam feitas falas de abertura das pautas e inscrições de falas para discuti-las.

 

Assembleia

Quando o pleno atinge determinado quórum pode-se instaurar uma Assembleia. Esta é a instância de maior poder decisório dentro da comunidade e está prevista na seção do capítulo quarto do estatuto vigente. Nele é definido que ela pode ser convocada pela gestão ou por 20% dos membros da comunidade, que deve ser divulgada de forma ampla com ao menos 3 dias de antecedência e que seu quórum deve ser de um terço dos membros do CACo em primeira chamada ou um quarto após 1 hora e 30 minutos do início da assembleia. O ideal é que as possibilidades de decisões a serem tomadas já estejam bem claras ao pleno antes da assembleia, isso contribui com a qualidade dos processos decisórios, então é uma boa prática que as assembleias sejam precedidas por uma plenária ou partam de acúmulos produzidos em outros espaços. As assembleias têm uma importância política muito grande, por exemplo, foi na assembleia do dia 05 de outubro de 2023 (ata anonimizada para prevenir perseguições) que es estudantes da computação fizeram história, aprovando com mais votos a favor do que quaisquer outros cursos a nossa participam na Greve de 2023. 

Agenda do CACo